Ando para escrever sobre Sevilha desde Sevilha…
Na véspera não consegui dormir e fui para a camioneta com 1h de sono, tipo encostar e acordar, mas ainda tive a pachorra de me deitar na cama e desfazê-la e depois fazer novamente…. Nem no sofá me deitei!
Não queria esquecer-me de nada e normalmente sou muito organizada, quando vou para qualquer lado um ou dois dias antes já está tudo pronto ou tenho uma lista feita para não haver falhas.
Desta vez parecia uma barata tonta e nem escrever conseguia, nem assentar ideias conseguia para uma coisa tão simples.
Pergunto-me a mim própria se era por causa da prova? Seria? Acho que não … era tudo! Não treinei o suficiente e embora tenha quilómetros nas pernas pensava sempre que poderia ter que desistir, de não aguentar.
Sempre tive problemas com os ténis porque os meus pés não são fáceis mas desde o momento que arranjei os Nike Vomero nunca mais tive problemas, no entanto, todos diziam para experimentar isto e aquilo que é melhor e acabei por comprar os Asics GEL-Nimbus 15. Experimentei-os e não me senti confortável…. Pelo contrário!
Não tive alternativa à última da hora e tive que me decidir o que levar para a Maratona peguei nos velhinhos Vomero 8 por questão de segurança…. Sei hoje que foi a melhor decição….
Pensava eu .. se não tiver problemas com os pés e dores de barriga faço a maratona na maior, mas fazer tempo nem pensar… desistir? Não!
Quando cheguei à camioneta da CGD devo ter sido das primeiras, só o medo que tinha de não arranjar lugar para deixar o carro para ficar bem estacionado para no fim-de-semana.
Depois de entrar na camioneta ao lado da Mónica Quartin ainda troquei algumas palavras e ela queria dormir, eu bem queria mas não conseguia. Levantei-me e fiquei a falar com o Pedro Teigas, Ricardo Arraias, Pedro Quina, Ana Silva e Patrícia e quem estava mais próximo…. Sentar-me? Qual quê… sei que em dada altura o Pedro Teigas me perguntou se eu estava a pensar em ir até Sevilha em pé na camioneta … caí em mim e fui sentar-me! Adormeci finalmente!
Paragem a meio, chegada a Sevilha e eu super nervosa. Ir levantar os dorsais, ir comer e ir fazer umas compras na Feira da Maratona. Finalmente o Hotel e arrumar o que levávamos.
Continuava em pulgas e foi um grupo para Sevilha para jantar, para dar uma volta e depois de uma imperial comecei a descontrair ….
Gozei os momentos, rimos e brincámos e o pouco que passeamos ainda deu para comprar algumas coisas para trazer para Portugal…
Regresso ao Hotel .. e dormir ? Nem pensar… e sono? Nem pensar…
Estava no quarto com a Mónica e acabei por levar a Cris comigo… hilariante, parecia quando somos adolescentes e não conseguimos para de rir de nada…. Nervos, só nervos! Temos que dormir!!!!
Quando finalmente adormeci, foi mesmo tipo pedra, acho que me drogaram porque foi de imediato!
Acordamos para o grande dia!!!
Não me apetecia estar ali apesar de estar muito eufórica, não estava preparada mas que se lixe, vamos lá e pelo menos é importante não desistir!!!
Inicio da prova confusa e perdemos metade das pessoas com quem combinámos encontrarmo-nos.
Estava eu e a Cris…íamos juntas fosse como fosse!!
Sempre pessoas a apoiarem, tão diferente de Lisboa. Postos de cuidados médicos constantes e sempre a verem se tudo corria bem e prontos para socorrer quem necessitasse.
Excelente organização, excelente o tempo, talvez até um pouco quente, temperatura de Primavera pois chegou aos 23 / 24º C… segundo os postes informativos.
Chegaram também as dores de barriga, a ansiedade, a procura de um WC e um pára-arranca também devido aos abastecimentos.
Os abastecimentos, a forma como o fazem para mim é nota negativa, muito mau porque embora haja muitos eram dados em copo, eu tinha que estar sempre a parar para poder beber água ou a bebida açucarada… aprendi no fim como beber sem perder tanto tempo, mas foi no fim e entretanto isso incomodou. Pernas a ficarem presas, cansadas e pesadas e a meta demorava cada vez mais. Senti pela primeira vez numa Maratona cansaço psicológico. Cheguei aos 38 kms e perguntei à Cristiana se a Maratona tinha 41 ou 42 kms… estava baralhada.
Atravessámos o parque Maria Luísa na parte final da maratona, e posso dizer que odiei. Odiei o piso e as pessoas a passarem à minha frente, odiei a parte final da maratona por ter que me desviar das pessoas e carros e por ter de correr em pedregulhos de calçada, por não haver uma parte reservada aos corredores. Os meus pés pediam clemência e tudo ia ficando pior.
Pensei na altura, e volto a dizê-lo agora, depois de ter experimentado esta Maratona posso dizer que apesar de tudo prefiro Lisboa. Em Lisboa é triste não termos o apoio do público, as pessoas não estão mentalizadas para isso e no fundo isso ajuda bastante.
Continuando para bingo lá finalizamos a Maratona num tempo muito superior ao que pretendíamos mas chegámos e no fim ainda dei um arranque final dentro do Estádio, arranque esse que me soube às mil maravilhas, aquele piso do tartan macio, maravilhoso, que me dá asas.
Acabei e mais uma vez a pensar que não queria repetir a proeza! De maneira alguma… eu não quero fazer mais maratonas!!!
Sou muito mentirosa … porque passado pouco tempo já estava a comentar que tenho mesmo que me preparar para a próxima!
O meu tempo é curto no dia a dia por isso tenho que arranjar alternativa …
No fim tive tempo para fazer bastantes alongamentos enquanto esperávamos pelo restante pessoal que ia na camioneta, foi muito bom e ainda aproveitei para tirar fotos ao Ricardo Arrais e Pedro Quina... eles sim, com "andar novo", mas também com tempos de maratona bem diferentes do meu!
Voltei para Lisboa de boleia com o Nuno, Paula, Mónica e um amigo deles que é Ironman.
Como eu gostaria de ter tempo, tempo mesmo e idade para fazer coisas destas …
Não me ficou a doer os músculos, em nenhuma Maratona fico com "andar novo"!
É bom, porque é sinal que as pernas aguentam uma Ultramaratona !!!
Fotos para recordar...
Mas terminaste! Parabéns (atrasadissimos) por mais uma.
ResponderEliminarMas afinal que tempo fizeste?
E afinal..não é para repetir para o ano (é que para o ano eu quero MESMO ir)
Ok, ok...esta oportunidade foi perdida...mas o sonho continua.